De onde vimos nós?

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A espécie humana encera em si alguns mistérios que têm vindo a ser revelados pelo esforço e tenacidade de cientista que, no seu labor diário, vão dando sentidos novos ou confirmando sentidos já antes desvelados pela fineza da observação. Gostávamos que neste espaço fôssemos abordando alguns conceitos chave que, sendo antigos, ressurgem, com novas evidências, mantendo a roupagem ou vestindo uma nova.

O primeiro conceito que gostaria de abordar convosco é o de inconsciente. Freud introduziu este conceito que se tornou um dos alicerces do pensamento e da prática psicanalítica. Ele caracteriza-se por facetas de nós que se apresentam à revelia da nossa vontade e que muitas vezes nos incomodam e desconcertam como, por exemplo, estarmos felizes e de repente um acontecimento passado e longínquo nos assombrar a felicidade do momento, ou quando num lapso dizemos o contrário do que pretendíamos.

Esta faceta da nossa existência insiste em apresentar-se estranha aos nossos próprios olhos, nos gestos, nos pensamentos e nos sonhos. A estranheza (já antes conhecida) assume-se incontornável aos nossos olhos e por isso, obriga a dois caminhos: pensar ou devolver o conteúdo emergente ao seu lugar de reserva, como se uma qualquer tampa de sargeta se levantasse com a chuva diluviana e voltasse à posição original com a calmia do tempo. Nestas situações, estranho e familiar parecem conviver a par com o propósito de nos deixar no limbo entre o conhecimento doloroso e o desconhecido que nos mantêm tensos e alerta.

Recentemente, a neurociência tem introduzido novos conhecimentos acerca do inconsciente. Kandel (1999), prémio Nobel da Medicina em 2000, considera o inconsciente processual e atribui-lhe um papel activo nas habilidades perceptivas e motoras guardadas como memórias implícitas, considerando, também, que o progresso mental não obriga a que o inconsciente se torne consciente, mas que possibilite ao sujeito ser e fazer, até perto dos dois anos de idade, altura em que surge a memória declarativa.

Também, Merker (2007) e vários outros neuropsicanalistas (Solms & Panksepp, 2012; Solms, 2013; Govrin, 2019 entre outros) têm estudado o cérebro e as suas funcionalidades, questionando o conceito de inconsciente, tendo-o substituído por um conceito consciente limítrofe onde o sujeito tem intencionalidade, mas onde a autoconsciência está impossibilitada. Esta leitura atribui consciência às sensações e às pequenas acções (corporais), considerando que, mesmo ao nível mais básico, se cai numa área «inconscientemente consciente» (Merker, 2007, p. 64). Para este neurocientista «(…)  ver, ouvir, sentir ou experimentar algo é estar consciente independentemente de (…) estar ciente de que está a ver (…)» (idem). Esta consciência inconsciente seria a base duma hierarquia cujo topo se encontra «na consciência reflexiva ou na autoconsciência, [que] é um dos muitos conteúdos da consciência disponíveis para criaturas com capacidades cognitivas sofisticadas (…) um luxo de consciência por parte de certas espécies de cérebro grande, e não como propriedade definidora» (idem).

Esta noção de consciência ao nível das funções corporais mais básicas devolve-nos, de novo a Freud e a uma afetividade homeostática e sensorial (Alcaro, Carta, & Panksepp J, 2017; Panksepp & Watt, 2011; Solms e Panksepp, 2012; Vandekerckhove e Panksepp, 2009), através da «maturação progressiva do cérebro e da mente» (Panksepp & Watt, 2011, p.387), que seria a base para construção da subjetividade a partir da intersubjetividade (Gallese, 2014). Esta proto consciência (Solms e Panksepp, 2012) é uma «(…) forma impensada de experiência, que pode ser efetivamente intensa sem ser conhecida» (p.149), onde os afetos se expressam através duma sensibilidade intensa e difusa, idêntica ao que Freud (1911/1990) denominou como processo primário de pensamento, no qual o bebé procurava aliviar todo o excesso de acúmulos de energia provocados por um qualquer desconforto ou necessidade excessivos, devolvendo-nos deste modo, ao corpo em ação.

O inconsciente e as atividades básicas sensoriais e homeostática, sobretudo à afetividade elegendo-a como a base do pensamento mais elaborado, que apela e introduz uma necessidade de harmonia funcional sob o risco de se poder originar mal-estar e disfuncionalidade.

José Manuel Matos Pinto – Psicólogo Cínico, Psicoterapeuta, Psicanalista, Director de psicodrama

Bibliografia

Alcaro A, Carta S and Panksepp J (2017) The Affective Core of the Self: A neuro-archetypical perspective on the foundations of human (and animal) subjectivity. Frontiers in Psychology. 8:1424. doi: 10.3389/fpsyg.2017.01424

Freud, S. (1911/1990). Formulações sobre os dois princípios do funcionamento mental. Edição standard brasileira das obras completas de Sigmund Freud (Vol. XII). Rio de Janeiro, Brasil: Imago.

Freud, S. (1914/1990). Sobre o narcisismo: uma introdução. Edição standard brasileira das obras completas de Sigmund Freud (Vol. XIV). Rio de Janeiro, Brasil: Imago.

Gallese V. (2014). Bodily selves in relation: embodied simulation as second person perspective on intersubjectivity. Philosophical Transactions of the Royal Society B, 369: 20130177. http://dx.doi.org/10.1098/rstb.2013.0177

Govrin A. (2019) Facts and Sensibilities: What Is a Psychoanalytic Innovation? Frontiers in Psychology, 10:1781. doi: 10.3389/fpsyg.2019.01781.

Os dias da Pandemia – I

“Temos de começar a encontrarmo-nos mais vezes.”

 

 

Lembro-me da última vez a que fui a um restaurante com a minha família por essa altura.

Depois disso, duma forma insidiosa, caiu sobre a cidade um manto de silêncio.

As ruas, vazias. As lojas, fechadas. O planeta parou e tudo parou com ele.

Tenho a sorte de sair de casa e conduzir meia dúzia de quilómetros de casa para o consultório onde trabalho e é raro ver outro carro ou ver alguém a andar na rua.

Pressente-se o medo. Como aquele perfume que vem da terra depois duma chuvada copiosa. Ele penetra pelas frestas das portas e janelas, trespassa as telas dos televisores e vem instalar-se sub-repticiamente nas nossas mentes.

Como há uma centena de anos atrás, na gripe espanhola, o ar azedou, anda envenenado e é um veneno invisível, incolor e inodoro. O pior é que pode matar.

Usamos luvas e máscaras e deixamos os sapatos à porta de casa.

Mesmo assim, o veneno pode passar…

Alguns de nós deixámos de visitar os nossos avós ou amigos queridos.

É este ar envenenado que nos veio ensinar que afinal nada do que temos é garantido. Que a proximidade daqueles que amamos é muito mais valiosa do que antes supúnhamos. Que afinal, não é impossível parar com a destruição do planeta.

Multiplicam-se as mensagens de WhatsApp, muitas delas inegavelmente inspiradoras, de que esta experiência humana veio ensinar-nos que tudo é possível para uma humanidade que julgava este planeta como perdido.

Até aqui todos de acordo, mas fica por fazer a pergunta mais importante.

Nós – ou a maioria de nós – que vivia a vida a correr, sair de casa por vezes sem pequeno-almoço, sempre em stress com horários para tudo, sem tempo para pensar nem sentir, chegar à noite, cair no sofá a espairecer fazendo zapping com o comando da televisão sem vontade nem ânimo para ver fosse o que fosse e cair na cama porque amanhã é outro destes dias, eles são todos iguais e só me apetece é morrer, será que há saída para isto? – Nós, ou a maioria de nós, mais do que percebermos que o planeta tem salvação e que este vírus pode afinal ser um mensageiro de esperança (mas também de luto) – nós, a maioria de nós – fica a pergunta: o que podemos mudar interiormente nesta oportunidade que a pandemia nos deu? O que trouxe de bom esta pausa na nossa cega corrida do dia-a-dia? Como estamos a aproveitar a disponibilidade que esta circunstância nos trouxe?

Por vezes paro, desligo a televisão ou o computador ou paro de fazer seja o que for com que esteja ocupado por 15 minutos, e respiro fundo – não, não é preciso meditar formalmente, não preciso duma almofada, nem de fechar os olhos para me concentrar – paro, tento respirar só um pouco mais devagar, e tento auscultar o meu corpo – “Como será que tu estás? Como estás a reagir a isto tudo? Será que andas mais tenso ou mais relaxado?” – tento auscultar o meu coração – “Esta ansiedade que eu sinto é provavelmente natural, estas saudades também, mas esta angústia que vem de vez em quando… deixa-me senti-la. Deixa-me parar de fugir dela. Deixa-me dizer-lhe que estou aqui para lhe dar as mãos e tentar compreendê-la” – e tento auscultar os meus pensamentos – “Que raio é esta imagem que me veio à mente? Porque é que me ocorreu esta recordação? O que é que eu tenho vindo a dizer a mim próprio? E o que digo para mim e sobre mim faz-me bem ou derrota-me e faz-me mal?”

Finalmente eu posso criar momentos onde, mais do que tudo, eu me possa encontrar comigo próprio, livre de julgamentos e autocríticas, apenas um abraço que não negaríamos a um amigo mais próximo, sem lamechices, um abraço honesto e dizer-lhe: “- Ando há tanto tempo esquecido de ti. Temos de começar a encontrarmo-nos mais vezes.”

Aquele silêncio pode vir depois deste silêncio, onde aprendemos a estar mais acompanhados, onde aprendemos a nos reencontrar, a respirar e a sermos um pouco mais generosos connosco próprios.

João Parente – Médico Psiquiatra e Psicoterapeuta

Comer com consciência

comer saudável

As práticas de mindfulness ou deatenção plena podem e devem ser alargadas a todas as áreas do quotidiano que possamos imaginar.

Ser mindful, estar atento e consciente ao que acontece no Agora, não termina no fim de uma prática de 45 minutos de body scan ou de atenção plena da respiração. A atenção, o estar presente aplica-se a coisas tão simples como uma caminhada ou…comer.

Sim, comer, porque mesmo quando ouvimos alguém dizer que adora comer, essa pessoa não está necessariamente a referir-se a apreciar o sabor do alimento, a sua textura e o seu cheiro. A maioria de nós refere-se a comer frutos secos de uma forma quase compulsiva ou um iogurte em duas colheres de sopa. De pé.. Enquanto damos um olhinho no email que acabou de chegar.

A falha na maioria das dietas assenta no negarmo-nos determinados alimentos. A nossa rejeição esta tão presente como o desejo de comer aquele alimento a que nos negámos.

As práticas meditativas de atenção plena da alimentação podem ajudar a promover uma relação mais saudável com a comida e com o acto de comer. As práticas de mindful eating podem inclusivamente ajudar nos casos de “comer compulsivamente”.

Entre outras, comer com consciência permite-nos perceber quando temos realmente fome e quando estamos saciados, podendo assim decidir acertadamente quando ir comer e quando parar de comer.

Observe-se enquanto come. De cada garfada com intenção e siga o percurso do alimento com tudo o que este pode proporcionar-lhe.

Observe os seus sentimentos e sentidos enquanto come, não depois.

Comer é de facto uma experiência bastante completa e complexa. Envolve os 5 sentidos – vemos, cheiramos, saboreamos, tocamos e ate podemos ouvir-nos a mastigar.

Por isso podemos praticar uma meditação que contemple todos estes sentidos enquanto estamos a comer.

Como comer de forma mindful?

Comece por escolher apenas uma refeição por dia a qual dará a sua atenção completa.

Foque-se no que está a comer. Desligue o computador, ponha de lado o livro, apague a televisão ou qualquer elemento que possa ser distrativo daquele momento em que se vai dedicar apenas a saborear o prato que está à sua frente.

Coma à mesa. Ponha o seu lugar, o individual, o prato e não descure a aparência dessa refeição que preparou para si.

Aprecie e saboreie cada garfada. Sinta o sabor dos alimentos e a forma como se misturam e se alteram enquanto os mastiga.

Faça uma pausa entre cada garfada.

E se possível, se estiver com outros à mesa, partilhe a experiência de comer com consciência.Afinal, comer pode ser um prazer.

Pode notar que no fim desta refeição consciente talvez tenha comido menos do que é habitual. A sua digestão pode ser melhorada já que mastigou e saboreou cada alimento. E talvez tenha apreciado verdadeiramente a sua refeição

de atenção plena podem e devem ser alargadas a todas as áreas do quotidiano que possamos imaginar.

Ser mindful, estar atento e consciente ao que acontece no Agora, não termina no fim de uma prática de 45 minutos de body scan ou de atenção plena da respiração. A atenção, o estar presente aplica-se a coisas tão simples como uma caminhada ou…comer.

Sim, comer, porque mesmo quando ouvimos alguém dizer que adora comer, essa pessoa não está necessariamente a referir-se a apreciar o sabor do alimento, a sua textura e o seu cheiro. A maioria de nós refere-se a comer frutos secos de uma forma quase compulsiva ou um iogurte em duas colheres de sopa. De pé.. Enquanto damos um olhinho no email que acabou de chegar.

A falha na maioria das dietas assenta no negarmo-nos determinados alimentos. A nossa rejeição esta tão presente como o desejo de comer aquele alimento a que nos negámos.

As práticas meditativas de atenção plena da alimentação podem ajudar a promover uma relação mais saudável com a comida e com o acto de comer. As práticas de mindful eating podem inclusivamente ajudar nos casos de “comer compulsivamente”.

Entre outras, comer com consciência permite-nos perceber quando temos realmente fome e quando estamos saciados, podendo assim decidir acertadamente quando ir comer e quando parar de comer.

Observe-se enquanto come. De cada garfada com intenção e siga o percurso do alimento com tudo o que este pode proporcionar-lhe.

Observe os seus sentimentos e sentidos enquanto come, não depois.

Comer é de facto uma experiência bastante completa e complexa. Envolve os 5 sentidos – vemos, cheiramos, saboreamos, tocamos e ate podemos ouvir-nos a mastigar.

Por isso podemos praticar uma meditação que contemple todos estes sentidos enquanto estamos a comer.

Como comer de forma mindful?

Comece por escolher apenas uma refeição por dia a qual dará a sua atenção completa.

Foque-se no que está a comer. Desligue o computador, ponha de lado o livro, apague a televisão ou qualquer elemento que possa ser distrativo daquele momento em que se vai dedicar apenas a saborear o prato que está à sua frente.

Coma à mesa. Ponha o seu lugar, o individual, o prato e não descure a aparência dessa refeição que preparou para si.

Aprecie e saboreie cada garfada. Sinta o sabor dos alimentos e a forma como se misturam e se alteram enquanto os mastiga.

Faça uma pausa entre cada garfada.

E se possível, se estiver com outros à mesa, partilhe a experiência de comer com consciência.Afinal, comer pode ser um prazer.

Pode notar que no fim desta refeição consciente talvez tenha comido menos do que é habitual. A sua digestão pode ser melhorada já que mastigou e saboreou cada alimento. E talvez tenha apreciado verdadeiramente a sua refeição

Catarina Satúrio Pires – Psicoterapeuta

Mindfulness – Budismo e Psicoterapia – Actualização

Hoje, ao deambular pelo Medscape nos diferentes artigos acerca de mindfulness, apercebi-me de que já é absolutamente clara a eficácia de prática de Mindfulness quer na patologia depressiva, quer na patologia ansiosa, tendo-se provado eficaz em adultos mas também em crianças (*).

Resta alargar os estudos de eficácia a outras doenças afectivas (Doença Bipolar, p. ex.) e patologias não-afectivas (Psicose Esquizofrénica, Perturbação Delirante, p. ex.) e não me admiraria que revelasse benefícios importantes também nestas doenças.

É natural que se questione qual o mecanismo de eficácia do Mindfulness, mas a resposta só pode ser simples numa prática cujo fundamento é também supremamente simples e apenas um: estar atento e desperto no momento presente.

Não existem outros propósitos e não se pode decompor um fundamento tão simples como este.

É provável que por este mesmo motivo se revele transversalmente eficaz em todas as patologias e idades.

De facto, Mindfulness não trata especificamente qualquer patologia porque                    não é um tratamento.

Mindfulness aprofunda a consciência de si próprio, o encontro consigo próprio, com o Eu mais profundo, com o porto de abrigo mais recôndito que cada ser humano                  traz dentro de si.

Este encontro com o Eu é um encontro que se dá no silêncio da mente e que transcende o habitual ruído produzido pelo ego na manifestação sempiterna dos seus infindáveis dramas, das suas incessantes vitórias e outras tantas derrotas.

O mistério que sobra é este: como pode a prática da atenção consciente sobre o momento presente ter efeitos tão dramáticos sobre a depressão e ansiedade?

Porque de facto, Mindfulness não consiste num trabalho consciente sobre crenças disfuncionais, respostas emocionais desajustadas, reeducação do hiper-controlo, reconstrução da auto-estima, aquisição de competências para relações objectais mais saudáveis, aquisição de novos e mais adaptados estilos relacionais, entre outros objectivos específicos da psicoterapia.

Não. Nada disso.

Resta perguntarmo-nos de onde vem esta Paz que transcende todos os conflitos e resolve imperceptivelmente a inquietação humana?

Não me admiraria que nunca cheguemos a resposta alguma.

Porque nos deparamos com um paradigma fenomenológico não classificável como fenómeno psicológico sequer.

De facto, a consciência é o palco de toda a manifestação psicológica humana, é o pano de fundo de todos os autores da vida psicológica humana, é o substrato vivo onde se desenrola toda a vivência consciente dos fenómenos.

Mindfulness não se foca nos fenómenos mas apenas no aprofundar da consciência.

E a consciência é a única vivência permanente e imperecível do Ser.

Tudo o mais – pensamentos, emoções, e seus derivados mais complexos, como crenças, padrões de resposta emocional, estilos relacionais, entre outros – são sempre expressões efémeras, mais curtas ou mais longas, mas sempre efémeras e (eventualmente) mutáveis mediante trabalho consciente sobre a valência manifestada que se pretende modificar.

Ao fim de 2600 anos da presença do Mindfulness na humanidade – sendo possível que seja mesmo anterior a Buda – descobrimos que este método de aprofundamento espiritual da Consciência é misteriosamente eficaz.

Pela primeira vez surge um método proveniente duma disciplina espiritual milenar, que revela eficácia no alívio do sofrimento humano e que não se foca na modificação e reenquadramento das vivências psicológicas, mas antes no simples aprofundar da vivência Consciente.

É provavelmente que este mistério não venha nunca a ser desvendado.

Porque os mistérios, à semelhança da fenomenologia psicológica, pertencem ao reino da mente, e Mindfulness pertence ao reino do Ser.

Dr. João Parente – Médico Psiquiatra e Psicoterapeuta

(*) – Artigos no Medscape sobre Mindfulness